Poesias - Notícias - Politicagem - Comportamento - Cultura - Sexualidade - Assuntos Sérios - Bobagens Necessárias - e Tudo Mais Que Eu ou Vocês Queiramos Falar - Tudo isso abordado com discontração e irreverência, às vezes de modo requintado e às vezes com linguagem totalmente escrachada. Participem das discussões, proponham assuntos pra novos posts, e não façam cerimônia, porque aqui a gente fala Do Que Quiser Falar .

quinta-feira, 8 de abril de 2010

Margarida


Por Alane Reis
Sobre a História de uma margarida que vivia em um roseiral


Em meio a um roseiral

Vivia uma margarida

Que antes tão alto astral

E agora sempre abatida

Um jardineiro observador

Não entendia tal mudança

E indagou a pequena flor

Sobre como andava estranha:


- Pobre margarida triste

Tem os olhos gritantes de dor

Quem ou o que te agride?

Será que sofres de amor?

- Apesar da aparência formosa

Suas lágrimas são tão penosas

- No seu rosto havia um sorriso cativante

Sua face era a cara da alegria

Hoje sua angustia é alarmante

Saudades do tempo que você sorria

- Sua voz que era sempre escutada

Emudeceu-se sem razão

Agora tu és tão amargurada

Que dor corrói o seu coração?

- Quem te maltratou?

Quem fez mal a ti?

Se o Margarido não te amou

Não adianta ficar assim


A margarida sem saber o que dizer

Com a voz tristonha resolve responder:

- Jardineiro, não sofro de amor...

Sou uma margarida num jardim de rosas

Sou diferente na cor, no odor

Perto delas minha beleza é duvidosa

- As rosas se acham tão perfeitas

E me discriminam a cada instante

São tão cheias de certezas

E me acham tão ignorante


- Em outros lugares sou aplaudida

Aqui sempre sou humilhada

Sou uma flor inofensiva

Perto das rosas me sinto um nada

- Cansei de ser assim

Fizeram-me ovelha negra nesse jardim


- Mas um dia quando força eu tiver

Deixo de ser sempre a flor errada

Vou m’embora pr’um jardim qualquer

E lá eu sei, serei amada


- E no dia que eu partir

Chorarei por elas

Mas voltarei a sorrir

Sentirei saudades das belas

E no fundo sei que elas

Sentirão saudades de mim


terça-feira, 6 de abril de 2010




Por Alane Reis
Sobre Olga Vidal


“Por um instante

Vejo no teu semblante

Que a mulher estonteante é só uma armadura

A mulher fatal – uma figura

Por dentro há refugiada,

A menina tímida e às vezes assustada


A menina calada

Na mulher falante

A menina acanhada...

Pra mim... a mais fascinante”


Trecho retirado da poesia O.N.P.V., dedicada à irmã que a vida me deu.

Fotografia: Olga Vidal.

segunda-feira, 5 de abril de 2010

Por Alane Reis
Sobre Desejos

Uma tarde sozinha
Um calor de verão
Agonia tamanha –
Um banho não traz solução

Fecho os olhos – Um arrepio
Uma sede – A tua boca
Uma fome – O teu sexo
As minhas mãos – Carentes do teu corpo
O meu corpo – Carente das tuas mãos

Dos meus poros exalam o teu suor
E no meu sexo, lateja uma vontade...

... Alimentar-te...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

Prentinhosidade

Gente
PRETA,
da pele
PRETA,
dos cabelos
PRETOS.







Gente
LINDA,
da pele
LINDA,
dos cabelos
LINDOS.





Gente
BOA,
da pele
BOA,
dos cabelos
BONS.




"Porque ignorância é o melhor sinônimo de preconceito. ADOTE ESSA IDEIA."
.
.
.


Peço que perdoem o amadorismo das fotos, elas são resultado de umas cervejas a mais, ao encontro dos amigos, num fim de tarde de domingo.


Por Alane Reis
Sobre Negritude
Fotografia: Laís Abreu