Poesias - Notícias - Politicagem - Comportamento - Cultura - Sexualidade - Assuntos Sérios - Bobagens Necessárias - e Tudo Mais Que Eu ou Vocês Queiramos Falar - Tudo isso abordado com discontração e irreverência, às vezes de modo requintado e às vezes com linguagem totalmente escrachada. Participem das discussões, proponham assuntos pra novos posts, e não façam cerimônia, porque aqui a gente fala Do Que Quiser Falar .

domingo, 29 de agosto de 2010

A juventude contemporânea, pelos olhos de uma jovem universitária da classe média baiana

Uma atividade acadêmica
Por Alane Reis

Fulana de Tal possui características comuns a inúmeros outros jovens da sua idade, gosta de assuntos que envolvam cultura e arte, e não resiste a conversas prolongadas em mesas de bar na companhia dos amigos, aos 19 anos, cursa a faculdade de comunicação social e experimenta pela primeira vez a sensação de morar fora da casa dos pais. Nascida em Salvador, a jovem reside atualmente em Cachoeira, cidade do recôncavo baiano, em que estuda.

Ao contrário da maioria das pessoas de sua faixa etária, a estudante não gosta de baladas de música eletrônica, acredita que a geração “emocore” é um insulto ao rock primordial, e apesar de ser fã da cultura popular, defende que a maioria das letras do chamado “pagode baiano” só reproduzem discursos discriminatórios de minorias historicamente reprimidas.

F. brinca e diz sofrer de velhice precoce, se explica dizendo que faz parte do grupo dos hippies pós-modernos, jovens contemporâneos carentes de ideais e personagens atuais do âmbito cultural engajados em causas políticas e sociais. Também chamados de netos do Woodstock, esses jovens costumam fazer parte das classes médias, estudam e trabalham, mas por se identificarem com os gostos e estilos de vida dos primeiros hippies da década de 60, ressuscitam heróis de seus pais e avós.

A estudante não escuta quase nada que surgiu depois do início dos anos 90, e se diz decepcionada com a sua geração: “Nós não lutamos por nada. A revolução digital nos entope diariamente com um turbilhão de informações, e nossos jovens silenciam as desigualdades, os preconceitos, os políticos corruptos e a degradação ambiental. Estão mais preocupados com a foto do perfil do Orkut ou em não repetirem roupas na balada”.

Filha de Beltrana de Tal, e Ciclano de Tal, oriundos de uma cidade do interior, e a 40 anos residentes da capital baiana. F. diz que às vezes fica chateada dentro da própria universidade, quando ouve de colegas, que preconceitos não são mais tão frequentes entre as pessoas mais jovens, e que as desigualdades sociais estão mais amenas, “quando ouço essas coisas fico pensando nas meninas que cresceram comigo, assim como eu, a maioria são negras, muitas nem concluíram o ensino fundamental, já são donas de casa e criam filhos”. A jovem morou a maior parte da vida em um bairro da periferia de Salvador, conhecido pela violência e tráfico de drogas, é uma das poucas pessoas de sua família a cursar ensino superior, e a primeira a entrar em uma universidade pública. F. diz que apesar de se incomodar com a “nova alienação” comum a sua juventude, entende que opiniões (para serem engajadas ou não) sofrem interferência direta nas vivências individuais, e tenta discutir assuntos como racismo, machismo e desigualdades nos meios sociais que frequenta.

E por aí, o que vocês acham dessa nossa juventude pós-moderna?

sábado, 21 de agosto de 2010

EVENTO NO CAHL

Núcleo de Negras e Negros estudantes do CAHL

Apresenta:

A negação do Brasil

filme de Joel Zito

O Núcleo de Negr@s do CAHL busca a partir deste filme de Joel Zito, um dos principais cineastas negros da contemporaneidade, levantar questões sobre a representação do negr@ nas telenovelas brasileiras da década de 70 e adentrar com as discussões na cinematografia brasileira.

Data: 10 / 09 (sexta-feira )

Horário : 19h


"Ser negro não é ser neutro. Mobilize-se!"

terça-feira, 10 de agosto de 2010

O mito dos poetas

Por Alane Reis
Sobre homens, anjos e poetas - Um pouco de poesia pra não perder a essência.


Eu nunca entendi os poetas
Nunca entendi o universo de suas mentes
Suas origens sempre me foram incertas
E normais não são nem de maneira aparente
...
Artistas das palavras
Usam a poesia como arma e escudo
E parecem viver num mundo recluso
De pintores dos sonhos
.
A verdade é que eu sempre amei os poetas
Por isso levo a vida a imitá-los com meus versos campengas
...
Nas minhas veias corre o sangue rimado
Metrificado... Sintonizado
Ou em versos sem lógica e nenhuma sintonia
.
Ainda assim eu não entendia os poetas
E reparando minha agonia
Um arcanjo amigo fugiu a terra pra me explicar:
-
Deus quando cria os homens
Dá -lhes almas humanas
Aos anjos, almas angelicais
Nos dias mais felizes
Ele põe nos homens almas de anjos
Dando a humanos o dom de se tornarem imortais
.
O meu amigo dos céus ainda me falou
Que num dia de mau humor o senhor me criou
Colocou uma alma humana qualquer em mim
Mas eu não me conformei
E na hora de descer pra terra eu fugi
.
Fui ao baú de Deus e roubei o poder de falar e tocar os anjos
Só que o senhor descobriu, porém nem me puniu
Me jogou de qualquer jeito no mundo
Porque sabia que eu não iria muito longe
.
Aqui na terra, peguei parte da minha alma humana e joguei fora
E desde criança, vou até os anjos e peço pedacinhos de suas almas
Junto a alma que me resta
E dessa forma, tento me fazer poeta.

sábado, 7 de agosto de 2010

O príncipe da minha vida

Por Alane Reis
Sobre Crianças, Pessoas Grandes, Coisas Importantes, e Outras Nem Tanto.


A história de hoje fala de um príncipe encantado e uma paixão de criança, mas não se enganem, não tem nada a ver com amores românticos e donzelas indefesas. É o seguinte, com cerca de 8 anos de idade meu pai me apresentou o Pequeno Príncipe, ainda me lembro como se fosse ontem o dia que o conheci, um menino que tinha mais ou menos a minha idade, adorava pores do sol, morava em um planeta um pouco maior que uma casa, tinha uma rosa como melhor amiga, pegava carona em estrelas, e jamais desistia de uma pergunta uma vez que a fizera.

Aos 8 anos de idade li pela primeira vez o livro que viria a ser o meu preferido na vida inteira, e adorei as histórias do principezinho, cresci, e o velho livro ficou guardado em meio aos outros infantis na estante, até que aos 14 anos resolvi me desfazer das leituras de outrora, doar a novas crianças, e quando eu arrumava os papéis velhos, em meio a mofos e ácaros ele ressurge na minha vida com cabelos amarelos, voando ao vento, como quem desce de uma estrela, e de repente me traz todo o encantamento da infância. Após minha segunda leitura virei fã da obra, com o olhar um pouco mais aguçado percebi o tamanho da profundidade eningmática e metafórica que cercava cada mensagem. De lá pra cá, devo ter lido pelo menos mais umas 6 vezes.

Viajando um pouco no contexto histórico: A obra foi escrita em 1943, por Antonie Saint Exupery, jornalista, escritor e piloto francês que trabalhou na segunda guerra mundial. Exupery escreveu o Pequeno Príncipe durante seu exílio nos Estados Unidos, e o livro foge a regra de tudo antes publicado por ele, que escrevia essencialmente de aviação e guerras. As aventuras do principezinho falam de amor, amizade, pureza de espírito, talvez por isso seja mais bem aceito pelas crianças, mas sem sombra de dúvidas é ideal para todas idades, costumo dizer que não confio em quem nunca o tenha lido, e que ninguém no mundo poderia morrer sem o ter conhecido. Falando em morte, a de Exupery chegou um ano após a publicação da obra, o seu avião levou um tiro em uma missão de guerra, mas a tempos já especulavam - se boatos que o piloto havia enlouquecido, talvez pelas barbáries que vira durante a profissão, o fato é que ele morreu acreditando que um dia, no meio do deserto do Saara conhecera o Pequeno Príncipe.

Um dia perguntei a um amigo e uma amiga se eles já haviam lido a obra, ele me respondeu "Não, eu não tive infância Alane, (risos)" e ela "Não, me ocupo com leituras importantes, não gosto de contos infantis, e no momento eu estou lendo O PRÍNCIPE, de Maquiavel, conhece?". As duas respostas me deixaram profundamente decepcionadas, a primeira me mostra que Exupery estava certo quando dizia que apenas as crianças se ocupam com coisas realmente relevantes, e a segunda, é a resposta que se espera de uma "pessoa grande", por que o Príncipe de Maquiavel (que infelizmente eu conheço pelo fato de também ter me tornando uma "pessoa grande") seria mais importante que o de Exupery? Porque ele ensina como governar e se manter no poder manipulando e explorando as grandes massas? Ou por ele ter sido (segundo reza a lenda) o livro de cabeceira do homem mais corrupto, saguinário, e arbitrário da história da política baiana (SIM, FALO DE ANTÔNIO CARLOS MAGALHÃES). Que fique claro queridos leitores, que não desprezo a importância histórica e a genialidade de Maquiavel em sua obra, porém a minha realeza, assim como o Peter (Pan), é alguém que vai ser criança para sempre, e conta das suas histórias viajando pelos planetas, até parar na Terra, no meio do deserto do Saara e descobrir que alguns homens não são tão bons, mas a amizade ainda vale a pena quando se é "eternamente responsável por aquilo que cativas" mesmo "correndo o risco de chorar um pouco quando se deixa cativar" e que coisas bonitas ainda existem quando "se ver com o coração" e percebe - se que "o essencial é invisível para os olhos".

O livro está disponível para leitura no seguinte site: http://www.mayrink.g12.br/pp.principe.htmrincipe.htm

Aconselho a todos, as crianças e principalmente as pessoas grandes. Depois disso verão que a imagem aí embaixo não se trata de um chapéu.
Mas sim de uma jibóia que engoliu um elefante.

sexta-feira, 6 de agosto de 2010

Intervalos e borboletas


Por Alane Reis
Sobre Paradas Necessárias

Esse post vem a ser um pedido de desculpas a uns dois ou três leitores assíduos (amigos puxas saco, rsrs) que vieram fazer cobranças pelos dias que fiquei sem postar.
Meus queridos, perdoem - me, é que contra-tempos não escolhem dia e hora marcada, eles chegam revoltos, carregados de supremacia, nos pedem mudanças, por conta disso intervalos são necessários, no meu caso, um pit stop no meio da parada, há quem diga que seja pra reorganizar as ideias, eu prefiro mesmo é jogar fora e plantar ideias novas... Pois é, a minha mania de ter esperança, fico tranquila por saber que somos todos respeitadores de credos e crenças, e peço então que respeitem a minha religião, o AMOR, ela me faz ainda acreditar nas pessoas, por isso que correndo em meio a tempestade, eu parei pra conversar com as broboletas.

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

Dias difíceis

Por Alane Reis
Sobre coisas de mulher

Ai que dor de cabeça, tsc. E esse enjôo que não passa. Hanm? Ai meu Deus uma espinha! Tsc. Só um chocolate pra me acalmar, mas eu tô ficando gorda né? O quê? Eu tô gorda? Como é que você diz isso assim na minha cara, que PORRA! E ainda por cima não me responde, antes você era mais atencioso... Aaai que vontade de choraaaar...

Caros leitores não se preocupem, a pessoa que vos fala ainda não chegou ao estágio "loucura", essa fase deve vir amanhã, hoje é só explosão de sensibilidade. Ainda não entederam? Estou passando pelos quatro dias mais chatos do mês, e não confundam, não falo de menstruação, o caso é ainda mais grave e vem antes da ditacuja. Mataram a charada né? Pois bem, eu tô falando de TPM (tensão pré-menstrual), um problema que aflinge 85% das mulheres em idade fértil, e abala com o físico e o psicológico das mais seguras, até as mais instáveis, das meigas às sérias, da mais baixinha até a mais alta, esse transtorno feimino não tem discriminação.

A TPM é caracterizada por um conjunto de sintomas que aparecem alguns dias antes da menstruação, vão se tornando mais intensos até acontecer a descamação das paredes do útero, começando o ciclo de sangue e cólica. Vários são os sintomas que a mulher pode apredentar nessa fase, o que não significa que se manifestem da mesma maneira em todas as mulheres, podendo variar de mulher pra mulher e na mesma mulher de mês em mês, os sintomas mais comuns são: depressão; vontade de chorar; fome em excesso ou falta de apetite; falta de sono; inchaço; agressividade; ansiedade; dores físicas, de cabeça; e acne. Geralmente eles aparecem de maneira branda, mas em algumas desafortunadas se apresentam de modo mais grave, interferindo diretamente em aspectos de suas vidas pessoal, profissional, escolar, familiar e social, nesses casos a TPM é chamada de SDPM (Síndrome Disfórica Pré-Menstrual).

O pior é que tem muito marmanjo por aí que insiste em dizer que tudo isso não passa de frescura, mas só a nível de informação, você sabia que que cerca de 70% dos homicídios cometidos por mulheres, aconteceram na semana que precedia os seus períodos mentruais. Coincidência? Tá bom então, vai encher o saco de uma louca qualquer nessa fase e me diz depois tá, mas de qualquer forma deixa pra semana que vem viu, sua integridade física agradece.

E aí gostaram do texto? NÃO!? Poxa... hoje eu choro, se me respondesse amanhã levaria um tabefe... Eh isso. Vai um chocolate aí???